Enquanto o pescador limpa os peixes....
Enquanto as redes secam...
Enquanto os barcos sossegam...
Enquanto o pescador espera o cardume...
Enquanto a gaivota espia...
...eu fico ali vendo e observando todos os movimentos deles.
Perco a noção das horas,fico ali pensando na vida de toda aquela gente que vive da pesca.Enquanto os turistas aproveitam a praia,eu fico do outro lado vendo outra paisagem,mais bucólica,a vida dos pequenos pescadores que vivem na Barra da Lagoa,em Florianópolis.
São descendentes de Açorianos,de estatura baixa,corpulentos,rudes por causa do trabalho estafante,mas no rosto marcado pelas rugas e calor do sol,um sorriso fascinante.
Quando chega um barco de pesca,todos correm para vê-lo.Já sabem que virão com certeza cheios de peixes.Quem ajuda a tirá-los do barco,com certeza levará um para casa.
,porque vejo bem como são solidários.
Faço isso sempre quando venho visitar meu filho aqui em Floripa.Rodo,rodo e acabo indo para a Barra,é lá que me sinto feliz.No meio do povo simples,converso com eles,como se eu fosse amiga deles e vou ali para ouvir um pouco de histórias contadas por ele,com tanta emoção.
Enquanto um conserta a rede,o outro conserta o barco e eu no meio deles,converso também e vou contando o que faço,vou espiculando e eles vão ganhando minha confiança e vão se abrindo.
Enquanto converso,fico de olho nas gaivotas e João de barro que tem aos montes.
E assim vou ficando,chego de manhã e vou embora a tardezinha...nessa época pego congestionamento imenso,mas não me importo,faz parte,enquanto uns curtem a praia eu curto as pessoas,os pássaros,enfim curto a vida a meu modo...
De todos os brancos da vida,os mais lindos são as plumagens das aves.
